Miolando

28 fevereiro, 2007


o.v.n.i.s de rua

de noite
s
objectos
voadores
não identificáveis
s
entram na rua
s
em linhas
entre caladas.

27 fevereiro, 2007

Novo Blogger

O Blogger está a convidar (entenda-se "a forçar amigavelmente") todos os seus utilizadores a serem titulares de uma conta gmail. Desta feita, se ainda não o fizeram, da próxima vez que acederem ao blog, já terão de ter um endereço de e-mail do gmail para fazer a transição para o Novo Blogger. A partir desse momento, passam a fazer login (em www.blogger.com) no link "Novo Blogger", sendo que o login passa a ser o vosso endereço do gmail e a password correspondente. Tenham lá paciência e façam a vontade aos Senhores Administradores do Serviço Blogger. Dúvidas ou problemas, contactar: ladder@iol.pt

24 fevereiro, 2007

....in flama' ' ' '

Ofélia repousa de pé
num rio nublado
de luz poeira

cabelos livres
com garra de felino
rosto doce
com traços meninos

braço rema o rumo

e tudo à sua volta
é fosco...foco---fogo' ' '

que bebe o sumo
laranja
das chamas

22 fevereiro, 2007

fonte




HavErá luZ

E aS flOreS.

eSSaS

iRei proCuRá - LaS

Na leNta raíZ da áGuA


20 fevereiro, 2007

introito

19 fevereiro, 2007

carne vale

O grito lancinante

filtra o silêncio
avança pelas camadas


máscaras negras
garras
em vez de unhas



partem-se
caem



no chão dos pés

ja não pode arrancar
os cabelos
nem arar a pele
com sulcos de sangue
que regam a terra

ri....................................ah ah aha aha
desvairadamente ..........louca-a-mente

numa gargalhada que engole o mundo

e danças
nas cinzas
dos cadáveres

arraaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaasta os pés
para sentires
os ossos moídos
sim
despejados
sim
no carne-vale

17 fevereiro, 2007

a Mar e loS

z07

gota a gota o quê gota a gota o quê
o ângulo previsto arrancado à rosa
em-pare-da-da

a mudez cega das unhas a esfolar
con-tinu-a-men-te
a carne

a esgaravatar

co-nti-nua-da-me-nte a tensão

nas paredes

omnia sol temperat
purus et subtilis


15 fevereiro, 2007

mise en scène


pernitas de pedra
olá
bracinhos de cascalho
olá
ocultas-te
olá
na resolução de te esconder
olá

14 fevereiro, 2007

novelos roubados

há vezes que às vezes que as palavras que tropeçam em nós
que estendem atravessadas que tropeçam atordoadas que ficam ali
que ficam ali.
há vezes que menos vezes nos apetece pegar, antes deixar
que acordem, que chorem tudo, que lhes peguemos, que chorem tudo
que a idade que as torna redonda, que as adorne de significado,
que as beije, a idade.

há vezes que às vezes as palavras nos enrolam
que nos estatelam que nos deixam que ficam ali,
que ficam ali.
há vezes que tantas vezes que não nos deixam que nos peguem, que nos cerquem
que acordemos, e choro tudo, que nos tomemos, e choro tudo,
aos encontrões, aos atropelos, aos novelos atropelos,
que me beije, a idade.

e traz água, portanto porquanto,
e tenho saudade no entanto,
que me beije, a palavra, que tropeço no novelo
destreinei-me, que fico aqui
que fico aqui.

13 fevereiro, 2007

vai nascer um novo blog: escribas, seniores, no caso. BEM VINDOS!

12 fevereiro, 2007

COGNIÇÕES. estranheza.


mas não acham estranho que: de tanto processo, caminho, desenvolvimento, aprendizagem, crescimento, comunicação, projectos,
tantos poemas, ideias, utopias, textos, teses, explicações, conceitos,
tanto livro
tanta edição,
tanta paixão e sexo e amor
tanta fé, desculpa, crença, esperança, amanhãs,
tanto homem tanta mulher,
tanto tanto
tanto tanto,
ainda se erre, se engane, se morra de solidão,
se seja egoísta, se pense unicamente em nós quando escrevemos,
ainda se possa magoar,
e matar
e negar um afecto gratuito,
ainda se possa ser pior muito pior:
quando neste momento preciso do instante deveríamos ser já todos perfeitos
(por este caminhar)
belos
(por este andar)
realizados
(por este progresso)
bons
quase super-heróis,
não acham estranho ?
não me fodam!: mas eu acho!

casa da conchada. coimbra. 12 de fevereiro de 2007.

11 fevereiro, 2007

grill



dormente

arde o rio

lavra pensamentos

vaso de vazio



lev-ado




"
livre como a água


na palma da minha mão


go-ta-a-go-ta


lev-ado


ao fundo


do meu


cor-ação
"

10 fevereiro, 2007

COGNIÇÕES. prolongar.


o que é que irradia do que se anota em prolongamento para os outros?
uma luz?
uma energia?
um braço
uma perna um sexo?
um ensinamento?
um desabafo só?
a melodia de um disco?
blá blá blá?
blé blé blé?
ajuda a viver ou a morrer?
a perguntar?
a silenciar?
a escrever outra coisa qualquer?
ajuda a viver ou a morrer?

casa de são dinis. porto. 10 de fevereiro de 2007.

08 fevereiro, 2007

atropeloS

Há vezes
em que palavras
tropeçam em nós
e ficam ali caídas
estendidas
à espera que lhes peguemos
ao colo
e as acarinhemos
e as embalemos

as beijemos com saudade.

Está uma aqui
trôpega
estendida

olho para ela

não sei como lhe pegar
ao colo é pesada
não a sei acarinhar

destreinei-me

não a consigo embalar
porque não sei adoptá-la
minha

não a posso beijar
tem bico

e traz água ........................................................................

Por tanto
portudo

com tudo
tenho saudade
porém

em novelos atropelos

07 fevereiro, 2007

palavra-mil

évora 2006



do nariz em sangue movo luz.

da fonte onde pairam já os primeiros cantos

lavo ardendo o tempo

a tecer histórias brancas


no que em sangue é dito

não conheço acasos

nem pontes nem ralo


perfeitas palavras

05 fevereiro, 2007

23:28

Tambores rugem
salta a terra
em pó no ar

cola-se a pele
ao suor da derme

arranham guitarras
a melodia do silêncio
com garras metálicas

com sangue na guelra

Ficam para além do eco


não sei dançar a valsa
perdoa-me...

03 fevereiro, 2007

sou ladrão

ladrão de contos, de ideias,
ladrão de medos, de cadeias,
liberto palavras, desfiadas
sou ladrão de palavras desfiadas


Pena Capital

É hoje o dia,
A minha pena capital,
A vida mundana que me foge,
A minha “morte de viver”.

Foi o ar que se escasseou,
Foi o vento que virou,
Não há mais Norte ou Sul,
Já nem a sorte me seduz.

É noite já, lugubridade abençoada,
Foi hoje o dia sim…
A nossa “morte de viver”…
Minha pena capital.
00/00/00
00h00

02 fevereiro, 2007

eléctrodoS

man ray aveiro mercado negro



eléctrodo (de elctr. +Gr. hodós, caminho), s. m.

ponto pelo qual uma corrente eléctrica penetra num corpo (....)



a traduzir

músculos

nervos

gritos

gravidez


(dizem que as mulheres cansadas de embalar

se estenderam nuas na noite

e atravessam lenta men te

a metálica hipnose das serpentes)