sou a gata parda

que ata e desata

@

retiro

´ao pêlo da noite

a original

claridade

foto: gatakata

les frères

tenho as linhas da vida
traçadas nas mãos

tens o mapa do mundo
tatuado na face

ponho a minha vida no mundo
e perto de nós
repousamos nestes eternos olhos

.

pé ante pé me

ab ro

capaz de rosa

capaz de

cravo

.

foto: David Deveson

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O mundo está lá ao fundo

depois da jangada de água parada

Atravessa sem pressa

calca as tábuas amarelas paralelas

ainda estás sob a fiança de ser criança

ainda podes correr e saltar sem ninguém te aleijar

ainda podes viver sem teres de beijar

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do meu amor morto






flores de algodão

silêncios de lume

cavalos de carvão

sopas de queixume

abraços de cais de espera

bancos por barcos na rua

certezas de vidente cega

fendas por lendas à lua

banhos a escaldar

vidros a escorrer

e uma marca nas costas



- para não me perder

hoje passei por lá
vi grades ~verdes~
alcatrão ~negro~
linhas ~amarelas~

já não era de terra de argila
que nos marcava as palmas dos pés
já não havia calções cortados às calças
nem camisolas rotas de velhas

havia alguém que dava toques na bola
mas não chutava à baliza
ninguém saltava
nem se atirava
nem mergulhava

olhei de longe e pensei
que dói ver uma bola a correr
onde antes eu jogava
com calções arrancados
camisolas cansadas da água
e palmas dos pés a espreitar o chão

continu um

corro tropeço alago estrago

a noit eço

ilhas que brilhas me

traço re.traço

rastreio luzes

a seco

( respingo ingo in.digo.digo

penumbra sinapse líquido.ritual

que à boca

te levo leve.te enlevo

branco papel de acervos.sinais

me roça me acossa me geme de s ais.

.vegetais

corro tropeço

estou a ir para casa

calcorro palmilho,
cada pedaço de luz,
quero-os todos,
quero-os todos
ao mesmo tempo!