Miolando

24 abril, 2008


o pêlo na mochila,
o horizonte nos olhos o percurso quebrado
o não-medo de meter o não-pé ao lado,
a máquina no bolso para roubar cada pedaço
uma bela maneira de ir atrás de fugir
de voltar ao réptil de renunciar
carregar o pêlo deixar a mochila
cair a máquina levar o pedaço
deixar de maneira de ir de fugir
e ficar por ali e voltar atrás
o pêlo

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22 abril, 2008

a primeira vez que te vi
lembrava ao ver o casaco
apertando o último botão

tirei um pouco de cotão
que se formou
e guardei a bolinha
cinza no bolso

para mais tarde ta oferecer

passa tempo por aqui
(não sei bem se é
declarativa ou imperativa a frase)
e vai-se

desbotando a foto
desbotoando o casaco

17 abril, 2008

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é altura de falar do tempo
prevê-se chuva, aguaceiros
e céu azul
já está de pé o alerta laranja

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13 abril, 2008


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abrindo caminho por entre

arcos portas e ruas fracamente iluminadas



descobria-se agora isadora:

bailarina de circo

chá limão meio da tarde

estalagmite com asa




07 abril, 2008














à janela
encostada
ouvia os Búzios
virados para norte

soprou o vento
trouxe a cinza espalhada
na chuva caíada em xaile
pelas costas

e envolta na renda
que me escorria no corpo
ouvi murmurada a minha sorte

01 abril, 2008

É maravilhoso.
Ver como a
memória das coisas
te vai recordando que a genética é,
infalível,
invencível,
imortal.