Miolando

04 agosto, 2006

não o silêncio, meio termo, talvez, quanto baste, talvez.

luci.
anda em mim a ecoar a estival sensação de a poesia não pretender o silêncio. meio termo, talvez, quanto baste, talvez, um tempo entre o que se vir e o que se contar, a pele e a ideia, o sexo e a falta, o amor e o silêncio. em associação livre, talvez a estação ideal seja a primavera. ou o outono. caminhos médios. caminhos curtos mais ou menos como pedaços momentâneos de encruzilhadas fotografadas de cima.
recolher as cores trazidas, esquecer um pouco a sua mão
(deixar-lhe os dedos da voz, de metade do olhar).
partir de novo para o sul, novo verso de perda e de ilusão, o mapa.
bocadinhos de gotas de chuva pequenina e bocadinhos de raios de sol fugidio.
parecer que, parecer.
anorak à beira-mar, caminho sombrio na floresta (lobo-mau e/ou capuchinho).
pedacinhos de frio e pedacinhos de afogo.
adivinhar que, adivinhar.
aqueles lábios daqui a pouco finos, daqui a pouco, nos meus.
[praia da amorosa.viana do castelo. 4 de agosto de 2006]
[fotos:pauloalexandrejorge.caminhoparaviana.31
dejulhode2006]


Só para dizer...

  • as palavras tambem tiram fotografias. Muito sensorial =)

    teclado por Blogger joel faria, em 08 agosto, 2006  

  • podemos talvez guardar 2 ou 3 pequenas coisas que contém tod o mundo : um livro-talvez apenas uma página de um livro, uma imagem, um trevo no meio dos trevos e o silêncio total.
    não nos falta, de facto,a experiência do silêncio, do estar nesta arma-dura do silêncio enraizado no medo; e no entanto, talvez possamos entrar nele, percorrê-lo e aceitá-lo, em vez corremos, gazelas perseguidas ou anjos à deriva. Nada é mais difícil do que conter, do que silenciar...

    teclado por Blogger ~pi, em 10 agosto, 2006  

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