Miolando

06 agosto, 2006

...

Estás ai, sempre ai, debaixo de um céu que chove... mas sem chuva... vejo-te... olho-te... sinto-te... ou não estas... Serão sonhos meus? Que sejam sonhos, porque sonhos vivem mais que o carnal... só sonhos vivem... só sonhos morrem... e eu sem ti morro... morro de dor... morro de medo... morro de saudade... morro de amor, e amor é doença já dizia Pessoa... mas morro de morte por não te ver... és veneno talvez... morte de meu ser. E vejo e revejo esse esse céu sem cor, essa chuva de dor que cai como desalento abandonado. E tu continuas ai... e eu continuo a te ver... olhar... sentir... mas não te encontro... e tu continuas a ser a minha visão mais sagrada... mas profana... o sonho mais oriundo da alma... e desfragmento todo o corpo para te atingir, mas pareces fugir... e eu choro...

Mas como posso eu chorar a falta daquilo que nunca foi meu?...

Só para dizer...

  • chorar faz bem, Sara.
    não desaprender o choro para não desaprender o outro lado de chorar.?

    teclado por Blogger ~pi, em 07 agosto, 2006  

  • faz parte do processo, uma paragem/respiração, para entrar a tempo no compasso seguinte. No fim, acabamo todos por cantarolar uma ou outra música do Kusturica =)

    música do dia: life is a miracle - Emir Kusturica No Smoking Band

    teclado por Blogger joel faria, em 08 agosto, 2006  

  • Adorei este texto, Sara. Faz-me lembrar aquilo que eu escrevia quando tinha a tua idade. Não é que seja muito mais velha, nem que tenha muito mais para contar... mas todos estes sentimentos contraditórios e linguagem ambígua fazem parte desta idade, acho.
    Gosto da linguagem melancólica, mas ao mesmo tempo romântica.
    "...como posso eu chorar a falta daquilo que nunca foi meu?"
    E como podemos ter saudades daquilo que nunca vivemos?

    teclado por Blogger patricia, em 08 agosto, 2006  

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