Miolando

11 agosto, 2006

tãopraiapele.

imaginemos uma praia longa tão longa a perder de vista longa tão.
há a lógica areia a terminar a espuma e a evidência da onda a afundar a terra.
mas o paradoxo mantém-se, ainda que o areal perdido ou o final deserto do pôr-da-tarde:
o mais humano que ali se vem prostar em desejo final sobre a toalha se lança em caminhada eterna à beira-mar na procura de sentido.
não bastam as cores de calções.
não são suficientes os cheiros cremosos.
em débito penas gaivotas.
mancam os sorrisos de sal e os jogos molhados.
tem de haver um tesouro escondido no dourado ou a caravela que nos embarque no horizonte.
assim se compreende a praia.
no final um início para lá de.
como um esforço mais para lá de um limite.
haver a tua pele longa tão longa, amor, e para cá todo o teu bronzeado longo tão.

[praia da amorosa, viana do castelo. 11 de agosto de 2006]

Só para dizer...

  • mais uma vez o texto puxa a ponta do lençol, aquela ponta bem mais sensorial, fotográfica, texturada... extremamente belo

    teclado por Blogger joel faria, em 11 agosto, 2006  

  • enough is never enough...
    enough means as much as you need or
    as much as is necessary

    teclado por Blogger ~pi, em 12 agosto, 2006  

Enviar um comentário

<< Voltar ao blog