nesta região que compartimos fora de horas
Sintra, 2006
"a anónima fundura das matérias naturais socava o
nosso direito a merecer um nome
eu tampouco o consigno, mas não sou quem pensades.
eu componho isto por encargo e orgulho, como os restos que vedes,
crendo protagonizar o tempo mas não perder-me na cidade.
escrevo para ser , por pratica o requisito
para render-me à realidade de que tenho um espaço que não é o de vós:
eu desprendo sobre as poucas coisas que sei e que mirades
uma linguagem chã, aferrolho-as com uma fala que vos deva ser modesta
porque transmudas curvas em assombros e cores em palavras."
do poeta galego Celso Álvarez Cáccamo, os distantes (1995)
Só para dizer...
Vimos Maria Antonieta, um Luís XVI
obsecado por chaves e ferrolhos, ele mesmo fechado ao amor, como às vezes nós, face às palavras e aos actos que lhes vão roubando o sentido.
até nos ocultarem as coisas mais belas e essenciais da vida, cores em palavras, curvas em assombros.
BEIJO
teclado por Anónimo, em 27 outubro, 2006
é tão bonito! entendemos, n'é?
teclado por Anónimo, em 28 outubro, 2006
Que bem que me soube ler isto.
Agora tu, sim?
Beijos e abraços, até breve
teclado por Anónimo, em 28 outubro, 2006
"... desprender uma linguagem chã...", plana, da terra, para enlaçar e contornar a vida, dar-lhe volume , arredondar, colorir.
Tão bela forma de dizer de novo o que neste blog tem sido dito!
Poeta para mim desconhecido...
teclado por Anónimo, em 30 outubro, 2006
ó minha gente, porque é que ninguém
do grupo comenta textos dos-poetas-a-"sério"?
salvo a dália, que é a setôra, claro.
isto dá-me que reflectir...
teclado por ~pi, em 31 outubro, 2006
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