uma carta a pedido da destinatária
Existem coisas que não se escrevem, nós dois somos uma delas mas ainda assim queres que eu te escreva uma carta. Uma carta de jeito, dizes tu...
Sem histórias. Só factos, penso eu. Está bem, vou-te fazer a vontade com um sorriso nos dedos que batem nas teclas para não perder a objectividade que tanto me pedes.
Tenho vontade de bater em alguém. Esse alguém tem um nome que tu não conheces. Preciso de um motivo? Eu acho que não... mas é por causa de uma mulher. Comigo é tudo por causa de uma mulher. Uma mulher que já não me ama mas que gosta de usar a palavra "Amor" da mesma maneira que eu gosto de usar a palavra "foder".
Ela já se foi embora há muito tempo... mas o tempo, a mim, não me diz nada. Continuo a escrever-lhe cartas para uma morada que sei que já não é a dela. Patético?
Talvez... mas isso também não me importa. Escrevo porque já perdi a esperança e porque não tenho paciência para esperar pelas promessas ou sonhos de outra mulher.
As cartas não vêm devolvidas. Suponho que alguém as lê. Se assim é, fico contente porque ficar triste não ia adiantar nada.
Há dias tive uma surpresa. Uma carta dirigida a mim. No remetente podia-se ler "From one of your lovers". As palavras que trazia dentro eram doces e ternurentas. As palavras de outra mulher de quem gosto sem saber como e ainda sem saber quanto. Outra mulher que ainda não povoa os meus sonhos, que nem sempre são bons e quase nunca têm um final feliz.
Estou a ouvir uma canção que cantamos juntos no outro dia. Chama-se "Sozinho". Lá fora parou de chover, é pena... não vou a lado nenhum e ninguém está à minha espera.
Não é triste, é um facto...
Só para dizer...
O meu primeiro e último contributo literário.
teclado por Administrador, em 27 outubro, 2006
porquê a última? gostei muito, vou fazer greve!!!
teclado por ~pi, em 27 outubro, 2006
Escreves muito bem, é até fascinante tudo isso de que falas, mas, sobretudo, a forma que lhe dás.
Abraço
teclado por Anónimo, em 27 outubro, 2006
eu sabia que mais cedo ou mais tarde não ias resistir :P
poe-te à vontade :P
teclado por joel faria, em 27 outubro, 2006
sabíamos já que escreves bem, que tens o toque da linguagem desdobrada e poderosa. convives sempre com um pouco de melancolia e uma alma musical. sofrer de solidão também ajuda. por isso estamos habitando a mesma morada. e não mais daqui poderemos sair.
teclado por Anónimo, em 28 outubro, 2006
belo texto, lento e profundo...
teclado por Anónimo, em 30 outubro, 2006
Amo incondicionalmente cartas de amor que não o sendo são.
teclado por patricia, em 31 outubro, 2006
Xuão, onde andas mas é, pah?! Os amigos querem-te, seu tolo!
teclado por Anónimo, em 06 abril, 2014
continuo à tua procura, gajo... onde andarás ? desesperadamente à procura do John! the sandeman
teclado por Anónimo, em 04 julho, 2015
ah rapaz; responder a uma das tuas lovers é que era, caramba; as saudades que eu tenho de ti...
teclado por azulinho, em 16 julho, 2022
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