HERMES EXCESSIVO
Tens os braços largos e as pernas muito ágeis
Os glúteos lentos movem-se rijos
da corridas intensa.
Não saberás ainda (respiras?) que o futuro não se pode nomear
mesmo quando os teus passos unem vidas
e cumpres os trabalhos que os deuses te atribuíram.
Por mais que venças espaços e circules,
entre sopros e ânsias,
o repouso sempre acontece. Nesses momentos, quando
ficas vagamente adormecido (o corpo perfeito!), posso enrolar-te no novelo de outros sonhos,
tocando levemente a promessa de novos prazeres.
E os maiores perigos escondem-se
nesse abandono, quando ficámos exangues, esquecidos
do nosso rumo absoluto:
avançar, separados, na direcção do ocaso,
seguindo a mais antiga estrada.
Só para dizer...
A mais antiga estrada exige sempre uma companhia ou torna-se muito longa. Nem que essa companhia seja um deus ou apenas um sonho.
Um texto repousante. Gostei muito.
teclado por patricia, em 01 novembro, 2006
Excessivo de beleza, de música, da condução das almas (deve ser do carago, porque elas não estarão pelos ajustes...), ginasta e astrónomo, quiçá poeta, não falha nada!
E ainda é o patrono dos teus sonhos!!!
Olha-me questa! Atão não tamos cá nós pró(s) sonhos??
E depois falas do "separado". É que o homem não s´aguenta, ele já passou por muito( olha prós braços dele!) e apesar de ser um deus popular e democrático, tem os seus limites!
Belo texto!!
Abraço
teclado por Anónimo, em 01 novembro, 2006
mas que gozo! estava a comparar os pontos de vista de género dos comentários anteriores!
na verdade é muito cómico, ó dalémar, tu vê lá que bicho te mordeu hoje!!!
Dália, essa via directa pró sonho e pró respectivo aconchego " quando
ficamos exangues, esquecidos do nosso rumo absoluto" nem sei se existe-tudo me parece relativamente relativo, apenas sei permanecer centrada mas nem sempre...aí começa a deixar de caber
"separados" e o ocaso é o acaso e nada é acaso, também.
eu acredito assim. apetece-me!
O texto... é lindo, beijo
teclado por ~pi, em 02 novembro, 2006
obrigada luci.entendemo-nos, n'é? mesmo no inexorimível. e na poesia, seja lá isso o que for.
teclado por Dália Dias, em 02 novembro, 2006
inexprimível, queria dizer...
teclado por Dália Dias, em 02 novembro, 2006
Enviar um comentário
<< Voltar ao blog