PATRÍCIA.despertador.(para as sete e meia?).
uma inconfidência: deus em sopro de há pouco no café junto ao mondego:
"surpreendido, todos os dias as árvores me surgem debaixo dos pés.
o sol, quando é, ventosa na testa insustentável: todas as noites o arranco como se pele e ferida. e cicatriz.
a chuva, quando é, rega no cabelo: dilúvio de não adormecer.
e quando nada, espécie de opaco cinzento ou branco translúcido, nada: ao deitar fecho olhos e abro o armário preto.
"surpreendido, todos os dias as árvores me surgem debaixo dos pés.
o sol, quando é, ventosa na testa insustentável: todas as noites o arranco como se pele e ferida. e cicatriz.
a chuva, quando é, rega no cabelo: dilúvio de não adormecer.
e quando nada, espécie de opaco cinzento ou branco translúcido, nada: ao deitar fecho olhos e abro o armário preto.
ninguém mo ensinou, aprendi eu.
deveria ter morrido aos trinta, agora é tarde: todos os dias os meus pés nos telhados da cidade.
vozes de crianças como bichos entre folhagens.
quando apetece saltar nem sempre é pelos melhores motivos. posso partir todas mas todas as telhas com estrondo.
entre folhas entrevejo crianças como formigas coloridas com t-shirts vermelhas amarelas azuis.
insuportável, posso afirmar.
ou minto ou dou um passo atrás: sei hoje menos do que sabia, com outro descanso, outro paradoxo surpreendido.
deveria ter morrido aos trinta, agora é tarde: todos os dias os meus pés nos telhados da cidade.
vozes de crianças como bichos entre folhagens.
quando apetece saltar nem sempre é pelos melhores motivos. posso partir todas mas todas as telhas com estrondo.
entre folhas entrevejo crianças como formigas coloridas com t-shirts vermelhas amarelas azuis.
insuportável, posso afirmar.
ou minto ou dou um passo atrás: sei hoje menos do que sabia, com outro descanso, outro paradoxo surpreendido.
ninguém mo ensinou, aprendi eu."
beijo beijo.
(casadaconchada.10denovembrode2006)
Só para dizer...
Este sussurro trazia melodia de harpas (dos anjos, talvez). Lembras-te dos anjos? Lindo. Inspirador. beijo
teclado por patricia, em 10 novembro, 2006
belo texto, gosto muito deste trânsito entre sentires e palavras, quando tudo se mistura e já não se sabe o que é de quem...
beijos
teclado por ~pi, em 12 novembro, 2006
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