são fios...
...sussurrando certo gesto, por controlo,
palavras mudas, certa fala em borrão de tinta,
certa perna de arrastão em andar forçado
em certa mão, que o fio finta.
um novo rasgo, certo fio desfiado
certa sombra, nova luz de longa idade
o velho ímpeto, adivinhando decerto o certo
fugidio, na penumbra da claridade...
Só para dizer...
neste batalhei dias... não fluiu, está preso aos fios.
Fausto
...penumbra da claridade.
teclado por joel faria, em 23 novembro, 2006
caro joel; gosto muito e provocou-me: mas mais do que qualquer outro comentário exterior conta o teu; posso dizer que gosto, que me satisfaz, e tu argumentares que ainda não. é sempre necessário um certo pudor ao comentar. ou então é uma conversa e o texto um pretexto e, por timidez, aproveito para deixar unicamente um alô e um abraço. há ainda a questão do "método" e aí julgo que cada texto é um texto; um grande autor colocava o poema em cima da secretária e só amanhã, depois de o reler, sentia que sim ou não. em mim um poema dá sempre muito trabalho. e muitas vezes também não flui. mas o problema sou eu. ainda bem. desculpa a conversa longa. abraço grande
teclado por Anónimo, em 23 novembro, 2006
Com método ou sem método, para mim, o melhor até hoje, Joel. Um leve sussurro que traz consigo um rasgo de beleza, de luz. Os fios vão-se desfiando até se soltarem do novelo.
Eu também sou metodista, aliás, perfeccionista. Escrevo no papel antes de "postar" aqui. Acredites ou não, o "post" nunca sai igual ao papel. A acrescentar o facto de que as horas a que aparecem os meus poemas não são reais, porque só acabo de os acabar muitos minutos, se não horas depois. :)
É moroso, doloroso por vezes, mas viciante.
Muitos beijos que flutuam nas ondas e estão perto da rebentação ;) **
teclado por patricia, em 23 novembro, 2006
caro paulo =) eu gosto de conversas longas, dos gestos, e da musicalidade. Trabalhar um poema não é tipico meu, e neste caso, quanto mais rabiscava, mais (ele) queria fugir da direcção para onde eu apontava, ganhou a sua própria vida, e vai continuar, pois não está fechado, ainda agora se quebrou um dos fios...
Patrícia, o sussurrando roubado foi usado hehe :D... perfeccionista, também sou por vezes, tanto que estava com receio de submeter o poema no blog. Também me acontece essa metamorfose entre o papel e o computador... este não é dos dolorosos, é dos libertadores, desafia-me este, para mais, muito mais... espero eu
Abraços, beijos, grandes pequenos detalhados, que nem as ondas que vêm e vão =)
teclado por joel faria, em 24 novembro, 2006
"um novo rasgo" na escrita doutras direcções. outros os partos e os limites, agora...
beijos
teclado por ~pi, em 24 novembro, 2006
obrigada joel.a tua oficina de escrita pessoal abriu-nos as portas.é um acto de amizade e de confiança. acho que vale a pena esta conversa, que continua...
teclado por Anónimo, em 25 novembro, 2006
Por muitos fios que puxe
nunca chegarei ao nó
do nó de mim.
Não é assim?
E é vê-lo, ao belo novelo,
a seguir-se a engolir-se a fugir-se.
Não é assim?
Até que de si se perca.
O---------- ----- - --- ---
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Não é assim? -
teclado por Inês Mendes, em 28 novembro, 2006
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