Miolando

06 dezembro, 2006

COGNIÇÕES.telefonema.

(ilustraçãoretiradadolivro"maquinas",editadopelakalandraka.
continuosemlembraronomedoilustrador,peloqualpeçodesculpa)

é tão bom é tão bom. das coisas boas: a voz escutada ao telefone oferecendo frescura ao desenho das palavras que nos vêem contando como é, como tem acontecido em teia de aranha a sua alimentação: das coisas boas desta única tarde do mundo: deve haver vida para além do poema.
já escutei histórias de gente que se calou para sempre depois de fazer amor. como conseguir morrer devagar, unindo uma perna de carne a outra de outra coisa qual: que soletre de vez em vez quanto baste soletre, q-u-a-n-t-o-b-a-s-t-e com langonha.
mas o que queria escrever: como gostei de a reouvir.
esqueci o livro quando fui jantar.
inventar a máquina que cole o cuspe à boca, a língua ao som, a imagem ao calor.
procurar o livro no escritório.
mas o que pretendia registar: tremer quando é para tremer, tremer quando é para tremer
.

(casadaconchada,coimbra.6dezembro2006)

Só para dizer...

  • Muito bem escrito, cheio de pedaços de vida húmida e fumegante; muito viva a vida para lá dos poemas!
    Há que escutá-la e caminhar.
    Abraço

    teclado por Anonymous Anónimo, em 07 dezembro, 2006  

  • mesmo a tremer. o reflexo condicionantecondicionadocondicionante de tremer.

    a fusão reforçada das condições de temer tremer, as vozes não são todas sereias nem no mar moram as vozes todas.

    o mar de vozes entre(a). dos que fazem amor e se calam petrificados, não se. quem quer falar de ser banal?

    os que dão voz à voz viva, sim. ao tremer, sim. ao respirar. no presente, arriscar ser carne comestível, salgada. com voz. mesmo dentro do telefone. suspensa, quase a ser.

    teclado por Blogger ~pi, em 07 dezembro, 2006  

  • esses belos falares, esses belos dizeres...

    saudade das vozes, da presença...

    abraço

    teclado por Blogger joel faria, em 09 dezembro, 2006  

  • Não há palavras escritas que se sobreponham ao sentido e ao desejo de escavar o outro; pode haver palavras que façam de tapete ou de cobertor. Ou ambos...

    teclado por Anonymous Anónimo, em 16 dezembro, 2006  

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