Miolando

27 janeiro, 2007

da morte lisa


querida maria...


lembrei-me do jacques brel a dizer que era triste morrer na
primavera.

e portanto janeiro é o mês da descida à terra. da quase sempre involuntária descida à terra.

fala a minha mãe da ausência de legumes... enterraram a cabeça no frio a sonhar cor-de-verde...

muitos morremos da morte. todos.
antes-morte-lisa-que-morte-lenta-antes.

o que me dizes da tua dor face às minhas destrambelhadas palavras de consolo:

Vive, minha amiga. Com as pessoas. sempre

com as pessoas. Um beijo. Ainda estou como

uma pena esvoaçante que não tem ideia de

que lado vai tocar a brisa mas anda

dançando no espaço, por cima de tudo. Os

pássaros pousam onde encontram um poiso

nem que depois o sintam como

circunstancial, voando de novo para outro.

Pois nós devemos aprender com os animais e

as plantas a viver ...


dizes tu de ti para mim três dias depois da mensagem líquida das lágrimas.

sorrio-te.

abraço-te.




Só para dizer...

  • Eu ando como uma folha de uma árvore que se entrega ao vento... ele que me leve e me carregue para um poiso circunstancial ou não... o bafo da sorte, o sopro do fado, a brisa da fortuna... é a eles que me entrego. Aprendi... ainda não sei com quem ou com o quê.

    beijos com um terno sorriso**

    teclado por Blogger patricia, em 27 janeiro, 2007  

  • Ir voando por aí... a vida não passa disso !
    Quase tudo é construído para lá dessa natureza que vamos esquecendo e só a morte e as quedas nos vêm relembrar.

    Abraço-te também, obrigada pela partilha!

    teclado por Anonymous Anónimo, em 28 janeiro, 2007  

  • Reprender com os animais e as plantas sobre a natureza que fomos esquecendo à força; aprender de novo a chorar e a rir...avançar aos poucos em pequenos passos,
    na direcção do aconchego do poiso...
    É agora Inverno, liso...

    teclado por Anonymous Anónimo, em 29 janeiro, 2007  

  • No inverno sentar-se à lareira e ouvir a vida ao longe, era assim, não há muito tempo...
    O fim é apenas um ponto que faz a ponte para um outro início... com passagem garantida pela dor - nunca esquecendo que o amor cruza a morte e a morte o amor.
    Abraço, beijo, foi bom reler-te!

    teclado por Anonymous Anónimo, em 29 janeiro, 2007  

  • ...do amor e da morte (algures. cântico dos cânticos.)

    nem sei o que quero dizer mais. deve ocorrer-me alguma coisa...

    ah!

    maria!!! foi lindo teres gostado estar aqui e mal teres reconhecido as tuas palavras partilhadas...

    abraço

    beijos a todos

    teclado por Blogger ~pi, em 31 janeiro, 2007  

  • Gostei da ideia (real) do pássaro livre...

    beijinhos

    teclado por Blogger mixtu, em 01 fevereiro, 2007  

  • livre... mas voando apenas de um lado para o outro, circunstancialmente. acto de vontade? sobrevivência? liberdade para sobreviver?
    não chega...

    teclado por Blogger Elipse, em 02 fevereiro, 2007  

  • Concordo.
    Nem sempre chega ou não chega para sempre. Porque voar sempre cansa e precisamos descansar também...

    teclado por Anonymous Anónimo, em 02 fevereiro, 2007  

  • ...por isso é que na sua liberdade os pássaros também não são tolos e, excepto um ou outro mais tolito

    (mas mesmo mesmo mais tolito!!!)

    os pássaros também têm ninho... :)

    beijos

    teclado por Blogger ~pi, em 02 fevereiro, 2007  

  • Pois têm... e quando há tempestades?
    Lá vão eles prós tais poisos e lá voltamos a derivar...

    teclado por Anonymous Anónimo, em 02 fevereiro, 2007  

  • depende...

    da solidez do ninho :)

    teclado por Blogger ~pi, em 03 fevereiro, 2007  

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