da morte lisa
querida maria...
lembrei-me do jacques brel a dizer que era triste morrer na
primavera.
e portanto janeiro é o mês da descida à terra. da quase sempre involuntária descida à terra.
fala a minha mãe da ausência de legumes... enterraram a cabeça no frio a sonhar cor-de-verde...
muitos morremos da morte. todos.
antes-morte-lisa-que-morte-lenta-antes.
o que me dizes da tua dor face às minhas destrambelhadas palavras de consolo:
Vive, minha amiga. Com as pessoas. sempre
com as pessoas. Um beijo. Ainda estou como
uma pena esvoaçante que não tem ideia de
que lado vai tocar a brisa mas anda
dançando no espaço, por cima de tudo. Os
pássaros pousam onde encontram um poiso
nem que depois o sintam como
circunstancial, voando de novo para outro.
Pois nós devemos aprender com os animais e
as plantas a viver ...
dizes tu de ti para mim três dias depois da mensagem líquida das lágrimas.
sorrio-te.
abraço-te.
Só para dizer...
Eu ando como uma folha de uma árvore que se entrega ao vento... ele que me leve e me carregue para um poiso circunstancial ou não... o bafo da sorte, o sopro do fado, a brisa da fortuna... é a eles que me entrego. Aprendi... ainda não sei com quem ou com o quê.
beijos com um terno sorriso**
teclado por patricia, em 27 janeiro, 2007
Ir voando por aí... a vida não passa disso !
Quase tudo é construído para lá dessa natureza que vamos esquecendo e só a morte e as quedas nos vêm relembrar.
Abraço-te também, obrigada pela partilha!
teclado por Anónimo, em 28 janeiro, 2007
Reprender com os animais e as plantas sobre a natureza que fomos esquecendo à força; aprender de novo a chorar e a rir...avançar aos poucos em pequenos passos,
na direcção do aconchego do poiso...
É agora Inverno, liso...
teclado por Anónimo, em 29 janeiro, 2007
No inverno sentar-se à lareira e ouvir a vida ao longe, era assim, não há muito tempo...
O fim é apenas um ponto que faz a ponte para um outro início... com passagem garantida pela dor - nunca esquecendo que o amor cruza a morte e a morte o amor.
Abraço, beijo, foi bom reler-te!
teclado por Anónimo, em 29 janeiro, 2007
...do amor e da morte (algures. cântico dos cânticos.)
nem sei o que quero dizer mais. deve ocorrer-me alguma coisa...
ah!
maria!!! foi lindo teres gostado estar aqui e mal teres reconhecido as tuas palavras partilhadas...
abraço
beijos a todos
teclado por ~pi, em 31 janeiro, 2007
Gostei da ideia (real) do pássaro livre...
beijinhos
teclado por mixtu, em 01 fevereiro, 2007
livre... mas voando apenas de um lado para o outro, circunstancialmente. acto de vontade? sobrevivência? liberdade para sobreviver?
não chega...
teclado por Elipse, em 02 fevereiro, 2007
Concordo.
Nem sempre chega ou não chega para sempre. Porque voar sempre cansa e precisamos descansar também...
teclado por Anónimo, em 02 fevereiro, 2007
...por isso é que na sua liberdade os pássaros também não são tolos e, excepto um ou outro mais tolito
(mas mesmo mesmo mais tolito!!!)
os pássaros também têm ninho... :)
beijos
teclado por ~pi, em 02 fevereiro, 2007
Pois têm... e quando há tempestades?
Lá vão eles prós tais poisos e lá voltamos a derivar...
teclado por Anónimo, em 02 fevereiro, 2007
depende...
da solidez do ninho :)
teclado por ~pi, em 03 fevereiro, 2007
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