EPITÁFIO (morrer é só não ser visto)
Sem mais delongas, cerco-me do intenso verde,
nas misteriosas espessuras.
Chego um pouco tarde, é certo, a um lugar que
não comporta qualquer fidelidade.
Aí, o musgo deixa escorrer pesados líquidos,
sobre o chão de húmus e flores putrefactas.
Nestas paragens ninguém suspeita de quem
já não pode ser surpreendido pela morte.
A vida, lá fora, nos dias paralelos, é mais intensamente exposta.
Por isso – eis o equívoco – todos dizem que é tempo de colheitas.
Ignoram, porque assim deve ser, que
há outra ceifeira
respondendo à canção,
que as mulheres entoam,
vinda do fundo do vale.
04.07.2005, Poemas do Crescente
Só para dizer...
e falar da morte é também convocar a vida. jantamos? abraço para a luci.
teclado por Dália Dias, em 28 janeiro, 2007
jantamos
teclado por joel faria, em 28 janeiro, 2007
A ceifeira... essa dor... essa colheita. Belo, dália, belo! **
teclado por patricia, em 28 janeiro, 2007
dália
janta-se
claro!!!
(belo de poema!)
teclado por ~pi, em 31 janeiro, 2007
merci. presumo que se janta em breve. quando acham? dia 9?
teclado por Anónimo, em 01 fevereiro, 2007
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