Miolando

05 janeiro, 2007

trans parências







querido X


( eu não sou da conchada, seja lá o que isso for).

vivo no porto mas nasci em trás-os-montes. e é de lá que, de facto,

sou. ando talvez um bocado(!) fora do mundo. porque cresci "fechada".

e, porém, de tão fechada, abri!

nasci quase na fronteira. no planalto mirandês, um lugar entre,
entre-

tanto
!!!:



entre também rios. o douro, esmagado nos montes e o rio sabor (sim, sa-bor!),

oliveiras, gado, serras. anões. almas vagabundas. e trigo. e serras de novo. de cores no fundo


dos dias longos.

dias iguais excepto nas cores. e serras de novo.

donde as trovoadas se desprendem e abrem noutras cores ainda e em mundos selvagens,

únicos. alucinantes!!!

lia torga e imaginava o que haveria para além dos muros estreitos do quintal.

as luzes pra lá da fronteira, vistas da casa da

minha avó, afligiam-me e apertavam-me o peito de ânsia e assombro. ficava a olhá-las

lon-ga-men-te...



venho tacteando devagar o fio com que me puxaste. toquei, de olhos fechados, o tecido final e


entrei nessa água que

corre e se inclina para os lugares que mais desconheço.

precisamente. no tempo
perfeito.



beijos. ( de cores, as que apanhares entre a água e os olhos)


sou a luci






Só para dizer...

  • luci da terra nascida, de terra criada, de terra raízes.

    da terra sabores da terra sons da terra ruídos da terra sentidos

    da terra da terra da terra ninguém te des terra.

    daqui água, muita água

    salgada

    beijos com todas as cores que consegui apanhar**

    teclado por Blogger patricia, em 05 janeiro, 2007  

  • Mas que carta!
    Quem escreve cartas assim a quem?
    Toda às cores!
    Por mim, candidato-me a uma todos os dias! :)

    teclado por Anonymous Anónimo, em 05 janeiro, 2007  

  • Gracias por tu visita.

    Um biquinho.

    Beijos.

    teclado por Blogger RosaAmarilla, em 06 janeiro, 2007  

  • fui ver babel.babel sempre me fascinou.

    ainda não sei o

    que

    nem

    o quanto

    aprendi.

    teclado por Blogger ~pi, em 06 janeiro, 2007  

  • dizias tu do "verso espetado no corpo".

    puseste-me a chorar. um chorar seco, sem

    lágrimas...

    teclado por Blogger ~pi, em 06 janeiro, 2007  

  • Querida Y,

    Prazer em conhecer... O Planalto mirandês...

    O Rio Sabor e o Douro,

    As serras e os povos...

    Trovoadas (muitas secas outras tantas molhadas),

    A casa de família e a fronteira tão perto...


    lon-ga-men-te...

    Um beijo... pois deve-se sempre ser poupado... e quando vem o inverno devemos ter lenha... é que os beijos podem faltar...

    Um beijo, que tal como os yogurtes, tem validade até 10 de janeiro de 2008 ( poucos dias para mim... um ano e qualquer cosa para ti :) )

    amigo X...

    ... e a conchada de Coimbra, bem lá no alto, com vistas para luzes... fronteiras de conhecimentos onde pastores podem guardar ovelhas (só ovelhas pois as cabras dão muito trabalho...) não com um cajado mas com a leitura de Torga, ou a sua voz... era só ir ao seu consultório...

    entre Tantos... bonita definição para Trás-os-Montes...

    E porque raio é que eu não avisto o Planalto Mirandês... que serra mais alta do que a minha existirá pelo meio...

    E porque o Côa corre para Trás-os-Montes, para norte... quando todos... correm para o sul...

    FUI AL RÍO

    teclado por Blogger mixtu, em 06 janeiro, 2007  

  • olha que até se aplica muito bem a ti a palavra sa-bor =)

    querido x, até já.

    teclado por Blogger joel faria, em 06 janeiro, 2007  

  • Ai rapariga, rapariga, tu andas a
    sofrer de poemite aguda e de sorrisite crónica...!

    Nem imaginas como gosto de te ver caminhar "assim"!!!

    Beijos, entre-tanto...

    teclado por Anonymous Anónimo, em 06 janeiro, 2007  

  • E quem são "estas pessoas"?

    São desta terra???

    teclado por Anonymous Anónimo, em 06 janeiro, 2007  

  • pois.
    ando com essas patologias...:)

    as pessoas são desta TERRA, embora não saiba ao certo. confesso que por vezes... duvido.

    eu gosto de dúvidas. duvido.e depois já não. e depois sim. e depois...nada: vou e sou.

    teclado por Blogger ~pi, em 07 janeiro, 2007  

  • ...é no que dá ser uma mulher pouco letrada...(esta vem ainda do comentário de cima e só me lembrou mais tarde, porque também ando um bocado lenta...)

    e já agora,

    Sabor, joel, ou...os 120 km de um rio selvagem sobre o qual se pendura o espectro duma barragem...

    Plataforma Sabor Livre
    (www,saborlivre.org)

    e depois disseste,

    FUI AL RÍO

    e as cores se mixturavam no rio
    irreconhecíveis

    porque o rio corria nem pra norte nem pra sul

    o rio corria e galgava a matéria

    o rio subiu o monte e de repente
    era céu e perdia-se
    nuvem

    perdia-se nuvem e espuma

    e finalmente o rio quedou-se

    dentro da lua branca
    e então uivou

    uivou

    longamente...

    teclado por Blogger ~pi, em 07 janeiro, 2007  

  • Bom Día.
    Desculpas pelo meu portuñol, creo que vai melhorando a pior.
    Veño dirixido por un amigo común, Mixtu.
    Eu penso que hai homens e mulleres que abren cara adiante e outros cara atrás.
    Uns andan na procura de todo o novo e outros na lembranza das raices.
    Mais tambem hai alguns que abren e mixturan toda a vida nhum copo de vidro, transparente, claro e infinito.
    Así ajo eu debe ser Tras-os-montes, a terra que te abriu a ti para facerte coma ela.
    Abraço.

    teclado por Anonymous Anónimo, em 08 janeiro, 2007  

  • Estamos definitivamente ancorados num terreno, num lugar.
    Estamos também em permanente renovação.

    É desse movimento constante que a vida se torna vida, que se torna consciência de vida e que se pode partilhar e ampliar até...ao infinito...?

    Gostei desta partilha, desta janela!

    beijo

    teclado por Anonymous Anónimo, em 08 janeiro, 2007  

  • Vim agradecer e retribuir a visita e, já agora, partilhar que, algures no meu canto, tenho uma foto do teu 'Sabor'!... :)

    teclado por Blogger sotavento, em 08 janeiro, 2007  

  • rafa, espreitei o belo do teu blog, que simples e belas fazes as minhas palavras! até corei! e o portuñol é lindo, mas podes falar espanhol mesmo (se é que existe... existe?)

    dalémar, espreitar da janela...sim, é axactamente isso que estou sempre a fazer. isso e dançar, já sabes...

    sleep well, gosto do que tu escreves, tudo oque vou lendo, é melhor que o anterior...
    não sei se te conheço, mas é como se...

    MUUUUItos BEEEEijos e belos dias, até já

    e...vou procurar o rio sabor nas tuas fotos, sotavento!achei giro o"sotavento", todos os algarvios que conheço são barlavento... e a teia... linda! beijo

    teclado por Blogger ~pi, em 09 janeiro, 2007  

  • Creo que si, que existe el español, pero no me hagas mucho caso,no soy muy listo ni muy leído.Por eso mismo yo no puedo hacer bellas tus palabras, solamente puedo decirte lo que pienso y eso es lo que hago.
    Si entendí bien, dices haber llorado. Eso si que es bello, llorar por leer palabras, sentir que se sienten- Te lo digo casi llorando, sintiéndolo.
    Un abrazo.

    teclado por Anonymous Anónimo, em 10 janeiro, 2007  

  • ...corar, rafa, é quase como chorar, mas sem lágrimas. é quando a face se torna vermelha, face a uma emoção.

    é assim chorar ou rir na pele, em vermelho...

    abraço

    teclado por Blogger ~pi, em 11 janeiro, 2007  

  • Percibí agora.
    Obrigado, Luci.
    Abraço

    teclado por Anonymous Anónimo, em 11 janeiro, 2007  

  • estava a ver os teus blogs e são muitossss...

    gostei do dejarse hablar. do nome e do que sugere.

    daqui a pouco vou lá...

    teclado por Blogger ~pi, em 12 janeiro, 2007  

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