o relógio
o tempo,
foge, saltita, ele foge
dedo a dedo, não te mexas, ele foge,
cala-te, escolhe, a parede,
espalma a mão, alinha a palma,
pinta, a cor, de novo, de tempo
de pinta, esconde a parede,
de novo,
mais uns minutos, e é um novo tempo,
hoje.
o poço seca, as moedas morrem, ele foge
saltita, medo a medo, não te mexas
a linha cose-te, a linha estanca-te
num-caminhar-que-não-para
num-excerto-que-descansa-te
num excerto que ainda a linha encara
alinha a mão, espalma a linha
de novo,
de ponterio, mexe-te, ele foge
hoje, hoje,
acorda...
(a partir de thom yorke)
Só para dizer...
...que hoje foge
na borracha que apaga não procures não escutes
não que eu não encontro que não encontro.
escondo a parede que não encontro que desenhei.
a métrica fonética desenha o que se ouve
no desenho que se apaga o que nunca houve
e espero,
num-caminhar-que-não-para-no-relógio-da-borracha
numa-linha-que-descansa-te-que-aninha-se-entrelinha-se
e a linha encara a borracha que apaga
a linha encara o ponteiro que foge
que hoje foge...
teclado por joel faria, em 11 março, 2007
o-ponteiro-que-estica-o-fio
do fio de linho estiiiiiiiiicado
nascem palavras que se aninham
no tapete...
entrelinhas-caminhos-ainda-não
caminhadOs :))
BEIJO
teclado por un dress, em 11 março, 2007
Havia um pequenino homem que queria agarrar o ponteiro grande do relógio. Não queria o pequeno estava sempre parado... toca a saltar de tracinho em tracinho, mas o ponteiro ia sempre adiantado... Às vezes sôfrego impulsionava-se dos números e saltava em comprimento, mas caía nas ervinhas ao redor do relógio.
Um dia o ponteiro rebelou-se! Farto, andou contra o relógio e aí o pequenino homem apercebeu-se de que agora era ele o perseguido... que medo! que terror! Levantou-se e fugiu. Tropeçava nos números calcava as ervinhas, tentou agarrar-se ao ponteiro pequenino, mas este rejeitou-o... hoje, agora mesmo, algures, o pequenino homem continua a fugir do ponteiro de pontaria de seta certeira.
Hoje, hoje mesmo, também, outro pequenino homem anda a perseguir o ponteiro com pontaria de mira de alvo.
Relógios... pequeninos homens...
***
teclado por patricia, em 11 março, 2007
o tapete vai-se tecendo assim, aninhado no tear, enrolado no calor... fio a fio, trama a trama, teia a teia... palavra a palavra, ponto a ponto ponto a ponto, somos todos tecelões de fios esticados, de palavras aninhadas...
:)
beijo beijo
teclado por joel faria, em 13 março, 2007
little tim and little thom, what world they would have???
:)
beijo beijo espaço beijo
teclado por joel faria, em 13 março, 2007
Enviar um comentário
<< Voltar ao blog