Procura-se mulher de colher na boca
sem remédio, veneno ou sopa.
Abandonou a casa
onde nasceu
numa madrugada fria.
Desconhece-se inimigo
desgosto ou segredo
que possa explicar o degredo:
deixou o corpo que vestia
amarrotado sobre a cama
e partiu.
Aqui se deixa um retrato da figura,
e se pede notícia urgente do seu paradeiro:
Cabelo, revoada de anjos bêbados
Boca, reduto de água louca
Lóbulo da orelha, segredo de velha
Menina do olho, coruja de sobrolho
Língua, mina de beijos à míngua
Curva do pescoço, pomba branco osso
Peito, tigela de leite com canela
Barriga, berço de bebé e lombriga
Vulva, lume e lenda, uva e taberna,
Pé, légua perdida
E na boca, colher de mulher outra.
Só para dizer...
Gostei tanto tanto tanto! Maravilhoso!
teclado por Anónimo, em 09 março, 2007
Queremos mais, muito muito mais...
Linda, linda, linda e hábil Inês.
Parabéns!
Muitos beijinhos.
Ana Paula (com flor por dentro, de novo...)
teclado por Anónimo, em 09 março, 2007
Desencontros paradeiros colher as colheres da vida e sorver da malga do regaço.
Adoro encontrar o teu paradeiro e sorver da malga da colher as palavras do teu caldeirão de sopa.
* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *
teclado por patricia, em 09 março, 2007
Nova escritora?
Muito bem!
É pra continuar!
teclado por Anónimo, em 11 março, 2007
gostei muito!
não sei se é de ter acabado de ler o Memorial do Convento ainda ontem mas há qualquer coisa nesta mulher que lembra a Sete-luas
teclado por Pablo Chicasso, em 11 março, 2007
que volte essa mulher, que volte essa colher
deliciosa preciosa...
teclado por joel faria, em 11 março, 2007
Femme:
Car suis le feu de Lucyfer
je ne me brûlerais pas!
Écrit par
Cláudia de Sousa dias
(espero que não contenha erros!)
CSD
teclado por Claudia Sousa Dias, em 17 março, 2007
Enviar um comentário
<< Voltar ao blog