Miolando

21 abril, 2007

capitães de areia



Rasgaram os mares de cabeça hirta firme e destemidos.

Cada bandeira um estandarte, uma honra, uma divisa.

Conheciam-no com cada tábua do seu casco e jamais o temeram.

Agora dizem (-lhes) que já não são marinhos, são de terra lugar cativo.

Recusam-se.

E ali permanecem.

Hirtos, firmes. Na areia.

De costas para não verem o sal nem o embalo da água.

Mas as bandeiras agarram o aroma, as tábuas entranham a frescura

e à noite dizem (-nos) que

quando ele lhes toca os pés

sentem um arrepio

e uma vontade de ir

que nunca morre da morte marinha.

Só para dizer...

  • (foto:o.nome.está.na.parte.de.baixo.da.moldura.preta)

    O título foi plagiado do nosso Amado Jorge.

    ***

    teclado por Blogger patricia, em 21 abril, 2007  

  • barcos parados não deixam de ser barcos.

    no entanto presos. privados do mar...
    levá-los feitos de sal a viajar: amanhã...


    *** :)

    teclado por Blogger luci, em 23 abril, 2007  

  • que nunca morre de nenhuma morte.

    que se perfila recto na memória...

    teclado por Blogger un dress, em 24 abril, 2007  

  • morte
    matada
    morrida
    da água
    apartada
    da água
    separada
    removida...
    o barco em terra
    na areia encalhado
    mas sonhando com as ondas
    que teceram o seu fado...

    mil beijinhos

    teclado por Blogger fairybondage, em 24 abril, 2007  

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