capitães de areia
Rasgaram os mares de cabeça hirta firme e destemidos.
Cada bandeira um estandarte, uma honra, uma divisa.
Conheciam-no com cada tábua do seu casco e jamais o temeram.
Agora dizem (-lhes) que já não são marinhos, são de terra lugar cativo.
Recusam-se.
E ali permanecem.
Hirtos, firmes. Na areia.
De costas para não verem o sal nem o embalo da água.
Mas as bandeiras agarram o aroma, as tábuas entranham a frescura
e à noite dizem (-nos) que
quando ele lhes toca os pés
sentem um arrepio
e uma vontade de ir
que nunca morre da morte marinha.
Só para dizer...
(foto:o.nome.está.na.parte.de.baixo.da.moldura.preta)
O título foi plagiado do nosso Amado Jorge.
***
teclado por patricia, em 21 abril, 2007
barcos parados não deixam de ser barcos.
no entanto presos. privados do mar...
levá-los feitos de sal a viajar: amanhã...
*** :)
teclado por luci, em 23 abril, 2007
que nunca morre de nenhuma morte.
que se perfila recto na memória...
teclado por un dress, em 24 abril, 2007
morte
matada
morrida
da água
apartada
da água
separada
removida...
o barco em terra
na areia encalhado
mas sonhando com as ondas
que teceram o seu fado...
mil beijinhos
teclado por fairybondage, em 24 abril, 2007
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