vidas de vidro
O meu mundo é de pedra
a minha paixão é aquela energia
que brota do rasgar, do romper, do explodir.
Já parti vidros
já perdi janelas
com os estilhaços fiz um mosaico
quando penetrado por luz
irradia formas torpes
com os cacos afiados
apunhalo as minhas costas
por não conseguir
apunhalar as de outros
os despojos que sobreviveram
criam teias fios redes
criam pó baço
e de vez em quando
passa-se o dedo
para se ver que ainda
ha résteas de vidro.
ACEITEI. Já aceitei. Já compreendi
mas não consigo deixar de apunhalar as costas
e passar o dedo no pó
o mosaico contudo
de estilhaços cada vez mais pequenos...
Só para dizer...
A foto foi encontrada num blog há muito tempo. Não me lembro do nome de ambos.
Beijos***
teclado por patricia, em 22 abril, 2007
Este espaço é para todos aqueles que sejam miolos e não miolos...
Vem cá comentar. Deixa-me os teus pensamentos. Sei que percebes o que quero dizer. Principalmente pelo dia que foi ontem.
Não invades, não te metes em terrenos alheios nem num espaço que não é teu... porque pelos vistos este espaço começa a ser de muito pouca gente.
beijos para ti ;)
E vem, a sério...
teclado por patricia, em 22 abril, 2007
fizeste-me lembrar uma música do ney matogrosso que fala de paixão contida retraída e nua correndo na
sala...
assim te vejo agora. partida nestas palavras de partir vidros...
abraçO.beijO.patrícia
teclado por luci, em 23 abril, 2007
Que delícia ...Patrícia!
Dá licença que faça este comentário?
-Bem nem espero pela resposta. Não sei bem a idade que tem e nunca deixo de ler o que escreve. E sabe?! Na minha condição de Mãe e Avó atrevo-me a dizer que a sinto a trepar...trepar!E digo a trepar porque a sua evolução é ascendente
Nunca tenha medo dos trambolhões, sempre conseguimos voltar a ficar de pé.
teclado por Anónimo, em 23 abril, 2007
se de todos os estilhaços guardarmos, sem pressa, um gomo de vidro, talvez se gere nas nossas mãos o puzzle da contínua renovação do nosso espelho, das nossas janelas;)
teclado por icendul, em 24 abril, 2007
com o tempo. deixar o pó ser pó
ou...
ver o sol nos pequenos
grãos de luz que o´pó tão bem
refracta,,,
beijO***
teclado por un dress, em 24 abril, 2007
Estilhaços da vida...
a vida em estilhaços de côr...
e o puzzle continuamente
(des)contínuo
que nos faz
crescer e mingar
como a lua no céu
ou as ondas no mar!
mil beijinhos
teclado por fairybondage, em 24 abril, 2007
Querida Patrícia:
É bonito ver-te aqui. Ver-vos aqui. E sentir-me feita da mesma matéria... Ora transparente, ora baça, ora inteira ora estilhaço.
Os meus catraios de 10 anos já sabem que a professora gosta de janelas. Já sabem que as palavras são de vidro. E que o da poesia é misterioso e opaco, pedindo que lhe adivinhem sentidos e formas para lá da forma.
As janelas de vidro partido são as que mais pedem um olhar, um disparo de máquina fotográfica. São as que trago para casa depois de um dia pela rua à minha procura.
1 beijo pela fresta quebrada!
teclado por Inês Mendes, em 24 abril, 2007
texto, poesia...
destinatário...
un fuerte abrazo, el vidrio siempre me a encantado...
teclado por mixtu, em 27 abril, 2007
Estilhaços afiados que penetram a carne
Estilhaços afiados que fazem jorrar o sangue
Sangue-(des)amor
Sangue-dor
A prova mais que viva das lágrimas vertidas, do suor derramado
Talvez em vão...
Talvez que não..
Tornando-os rombos e cada vez mais baços
O tempo amolecerá os estilhaços
O pó, as teias, esses permanecerão
O dedo continuará provavelmente a roçar o vidro
Porque sim...
E haverá sempre um cheiro, um som a resgatar velhos dias
Mas atrás desses sempre outros virão
E a certeza de que há vidros inquebráveis e janelas que nunca se perdem...
TAKE CARE***
teclado por Anónimo, em 07 maio, 2007
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