Miolando

18 maio, 2007

SOLO PARA VIOLA DA GAMBA. monsieur de saint colombe le fils.

de nada serve o canto espetado no peito
não serve para estender roupa
não esgaça a luz
não faz teatro de sombras
não aquece o candeeiro
pouco sobrará que morrer com a cabeça ilusoriamente a sul
que algo do que se disser na tontura seja verdadeiro
porque este som
esta voz que te anoto e envio
o arco cruzando a corda
a lâmina cruzando o pulso
é uma luta perdida contra o andar perdida
a nota de uma melodia que jamais escutarás

casa de são dinis. porto. 18 de maio de 2007

Só para dizer...

  • bem!!!!
    tanto que me disse este poema.
    terei de ressuscitar
    para ler outra e outra e outra vez...

    teclado por Blogger feniana, em 18 maio, 2007  

  • será uma questão de sorte. ou de paciência, não pedindo ao canto mais do que o canto,não querendo da voz mais do que a figuração do amor. a harmonia é essa flutuação. a vida, essa, é urgente.

    teclado por Anonymous Anónimo, em 18 maio, 2007  

  • cara feniana: posso oferecer-te o quê para que a ressuscitação aconteça em paz?
    a do costume: não deveria falar por ela, mas esta voz não se mostra a justificar-se. arrisco: de certa forma compreendo-a: quem é que, amando, não esquece o poema, os dedos na pauta, o olhar na varanda, de comer e até o próprio corpo? e não amando? ou desamando?

    teclado por Blogger Paulo Alexandre Jorge, em 18 maio, 2007  

  • jamais.

    que a dissolução aparente
    de certos sons não conduza a
    ri(s)os

    :

    outros.
    subjacentes.


    *beijO

    teclado por Blogger un dress, em 18 maio, 2007  

  • ...

    SOLO IN SOLO?

    Por dolorosa que seja, a tua morada de luz e sombras, convida a encostar o ouvido à porta e ficar, à escuta do coração da casa.

    Até no corpo do amor, que é dois e nunca um, nos é negada a prova da melodia. Eu tenho fé nela, último reduto na solidão que me habita. A melodia, ouço-a dentro do peito, mas como provar-to? Cada um se perde e encontra no coração do seu deserto.

    Corda a corda, veia a veia, caco a caco, com a cola desta ternura aflita, se unem desertos e desse aperto se faz a vida. Por isso dói tanto, o canto.

    Beijo de encanto, sem bússula

    teclado por Blogger Inês Mendes, em 18 maio, 2007  

  • ...inês...sine bússula???

    teclado por Blogger un dress, em 18 maio, 2007  

  • lâmina quente, fervida com sangue


    e mais uma nota muda.

    teclado por Blogger Pollan, em 18 maio, 2007  

  • Música



    Você tem as mãos leves,
    A alma larga
    E a poesia indócil.
    E ao seu lado nada de nada
    Resta incólume.

    Azulejos rangem e racham
    Sob os seus saltos.
    No seu colo
    Mesmo o mar
    Esquece o próprio embalo,
    Vira do avesso, suspira
    Quebrado.

    Você espalma as mãos
    E vê que as linhas
    Traçam pautas.
    A música
    É de uma doçura indescritível, e
    Selvagem como qualquer mundo.


    NY, abril de 2007, lavinia saad

    teclado por Blogger luci, em 18 maio, 2007  

  • muito bonito o que escreves, inês, obrigado.
    imagem bonita, pollan, obrigado também.
    e agradeço o poema, finalmente luci.
    bj bj

    teclado por Blogger Paulo Alexandre Jorge, em 18 maio, 2007  

  • Gosto das tuas palavras, paulo.
    Gosto de ler as vossas, todos os outros.
    Porém, acho que cheguei tarde!
    Então fico-me só pela contemplação e abstenho-me de falar do canto, da voz que se ouve às vezes em mim, dentro de mim e nunca sei que rumo lhe dar.

    muitos beijos, monsieur de saint dinis***

    teclado por Blogger patricia, em 20 maio, 2007  

  • e nós, a garantirmos que estamos vivos, que a escrita nos une, que a amizade é isto...que bom!
    um abraço enorme, a todas as almas melodiosas do miolando.

    teclado por Anonymous Anónimo, em 21 maio, 2007  

  • 3 da manhã, mais tarde chego eu...

    de nada serve as letras cantadas pontilhadas pelo contraste duro e seco em si bemol do branco e preto. Sustêm tudo o resto, que os bequadros ficam de fora. Inventaram o continuando, mas o que sei eu? se não mandar umas gralhas grosseiras corrigidas em boa hora... de nada serve dizia... amadeus? amadeus?

    teclado por Blogger joel faria, em 22 maio, 2007  

  • ainda vou a tempo de responder, não vou?

    outra aula de guitarra! talvez!

    teclado por Blogger feniana, em 22 maio, 2007  

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