Miolando

20 novembro, 2007

10ª diária

"há dias em que não se pode errar; no que se disser; no que se sentir; no que se tocar; há dias que serão passado e é bom que sejam bons; o concerto de logo à noite; do primeiro ao último acorde; podemos andar meses em ensaios; mas é aquela actuação. é velha a história em mim: se sabemos que naquela sala perderemos a razão, porque lhe entramos? e, entrando, porque não acendemos a luz? há dias em que o agrado geral se foi acumulando em sucessos e a consideração é então elevada; falei já de prédios assentes em falso; um sucesso mas não era bem aquilo; um sucesso mas não era bem assim; trocava toda a luz por outro prazer na escuridão; na sombra perdem-se os dedos, apagam-se os olhos, nada mais que as melodias de memória e outras de que não me suspeitava; de nada servem as letras no escuro. é velha a história em mim: se sabemos que a porta nos lançará à manhã, porque a abrimos? e, saindo, porque subimos de novo ao palco?" eugénio alves da cruz. porto. 19 de novembro de 2007

Só para dizer...

  • os dias...todos se diferem

    mesmo na sua ambígua sombra

    mesmo na sua ambígua claridade



    ~



    beijO

    passa em un dress :)

    teclado por Blogger un dress, em 20 novembro, 2007  

  • senhor heterónimo que tão bem escreve...da escuridão, da devassa que conhecemos. é esta aurora que nos morre nos lábios da poesia. abraço mesmo.

    teclado por Blogger A do Costume, em 20 novembro, 2007  

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