10ª diária
"há dias em que não se pode errar; no que se disser; no que se sentir; no que se tocar; há dias que serão passado e é bom que sejam bons; o concerto de logo à noite; do primeiro ao último acorde; podemos andar meses em ensaios; mas é aquela actuação. é velha a história em mim: se sabemos que naquela sala perderemos a razão, porque lhe entramos? e, entrando, porque não acendemos a luz? há dias em que o agrado geral se foi acumulando em sucessos e a consideração é então elevada; falei já de prédios assentes em falso; um sucesso mas não era bem aquilo; um sucesso mas não era bem assim; trocava toda a luz por outro prazer na escuridão; na sombra perdem-se os dedos, apagam-se os olhos, nada mais que as melodias de memória e outras de que não me suspeitava; de nada servem as letras no escuro. é velha a história em mim: se sabemos que a porta nos lançará à manhã, porque a abrimos? e, saindo, porque subimos de novo ao palco?" eugénio alves da cruz. porto. 19 de novembro de 2007
Só para dizer...
os dias...todos se diferem
mesmo na sua ambígua sombra
mesmo na sua ambígua claridade
~
beijO
passa em un dress :)
teclado por un dress, em 20 novembro, 2007
senhor heterónimo que tão bem escreve...da escuridão, da devassa que conhecemos. é esta aurora que nos morre nos lábios da poesia. abraço mesmo.
teclado por A do Costume, em 20 novembro, 2007
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