12ª diária
"podia dizer-te: amo-te; porque amava tanto e com tanta facilidade porque amava tanto e com tanta felicidade: agora receio: mas poderia dizer-te: o mundo nasceu antes de ti e de mim: mas o mundo nasceu quando te beijei: o mundo nasceu antes de nós mas nasceu quando te beijei: tudo acabará depois: tudo acabou antes: poderia ter dito: tenho medo do que te vou dizer: tenho medo mas a verdade é que: quero-te: porque me apaixonava com facilidade: e a facilidade estava presa a um verso a um poema a uma vontade enorme de dizer: amo-te: outra explicação: sobre os pés que vemos de cima: assentamos: o olhar: o andar: o acontecer: digo-te que o mundo nasceu antes de nós mas foi com um beijo nosso: sobre aqueles dois pés: experimentamos a felicidade sobre aqueles dois pés: há muitos outros: uma vez trocamos de pés: tudo passa a andar de outro modo: alguém perdido é alguém perdido, complexo; mas as mesmas questões de ontem moram nas de hoje: poderia dizer amo-te e beijar-te: porque gosto de ti e gostaria de te tocar: frágil, ainda anseio criar de novo o mundo e terminar depois dele, muito depois: frágil, ainda anseio fortemente criar de novo o novíssimo mundo, e o completo anterior a ele, e o absoluto que a esse anterior antecedeu; e morrer pouquíssimamente ou nada muito após o seu nobílíssimo final; parece-me que aprecias cosmogonias: escondo o medo no saxofone, finjo que não, como quem não quer e quer, seduzir-te com cosmogonias e esta noite apeteceu tanto aproximar os meus lábios dos teus e cheirar-te num silêncio tenso" eugénio alves da cruz. porto. 22 de novembro de 2007
Só para dizer...
E na 12ª diária senti a intensidade do que escreves, do que sentes... poderia dizer muito mais coisas, mas acho que seriam pouquíssimas para o muito que senti ao ler-te.
***
teclado por patricia, em 22 novembro, 2007
linddo, lindíssimo, ler
tudo isto,
num dia 22 de Nov. ...
teclado por Frioleiras, em 22 novembro, 2007
tornei-me roubadora compulsiva
de poemas. paulo!... :)
só levo mais este, i promise!
beijO ~
teclado por un dress, em 22 novembro, 2007
Querida amiga
nos teus dedos
as impressões digitais
que os lábios frágeis
não mentem.
Nomeio-te
teclado por Mar Arável, em 22 novembro, 2007
acho que este eugénio, o da génese, o do eu cindido, é uma alma que conheço. quanto ao amor,nunca nada se sabe. e sobre o que nada se sabe, difícil e equívoco é dizer alguma coisa...
acho que me ocorreu enamorar-me também. o resto é silêncio!
teclado por Dália Dias, em 26 novembro, 2007
ôi paulo! você é bom! mas genial é esse seu eugénio! onde foi que o encontrou? abração
teclado por Anónimo, em 27 novembro, 2007
Enviar um comentário
<< Voltar ao blog