Miolando

06 novembro, 2007

diária (6)

"não sou eu, tenho dúvidas, eu não sou eu. de que serve um poema? as dúvidas mantêm-se, não sossegaram as incertezas, um homem ser um cão com menos pêlo e menos patas e abandonado inseguro à cabeça de pensamentos para além do óbvio, do necessário, do fundamental, comer, foder, fugir, atacar, deus não é fundamental, deus é uma insegurança e um poema um lamento um esforço de compreensão, um latido incompreensível, um poema não é fundamental, pode ser importante mas não é absolutamente necessário, consegue-se foder sem um verso ou uma rima, por vezes só atrapalha, consigo comer sem um livro é possível matar sem uma única página de herberto ou a fuga sem passagem alguma do novo velho testamento
(e vão tantos anos
e eu nisto
repito-me repito-me repito-me
como um poema de merda longo demasiado longo
o filho da puta do escritor que anotou que estamos sempre a escrever o mesmo
mas de modo diverso
repito-me
tantos anos e ainda aqui
ainda na mesma pergunta
ainda no mesmo erro como um poema de merda enorme
eu que tenho dúvidas e no interior de um poema de merda longo
preso num poema de merda longo
para que sirvo)"
eugénio alves da cruz. porto - portugal. 5 de novembro de 1980

Só para dizer...

  • É verdade, por mera coincidência, vagueamos no silêncio da noite e deparamo-nos com um déja vu, um sombrio e, ao mesmo tempo que vagueamos por notas desafinadas que tentamos compor, eis que nos surge uma partitura incompleta, como se algo ficasse por fazer e/ou dizer...
    Onde está o teu sorriso amigo, a tua vontade contagiante de ir além fronteiras e mostrar que tudo vale a pena qdo a alma não é pequena????
    Desapareces numa nuvem negra e, (in) ou conscientemente, os raios dessa trovada atingem quem nao merece!Pode-se apagar tudo o queiramos, rasgar papéis, soltar gritos de raiva, não compreender a dor, viver num abismo e passado algum tempo, erguermo-mo-nos lentamente mas as pessoas não se apagam, as memórias e o passado farão sempre parte da nossa vida, sejam elas boas ou más...no meio do declínio de cores que são a sombra da nossa vida, espero que flutues nas mais variadas e radiantes cores do raimbow e deixa as cores fortes e quentes fazerem parte da tua vida e, só assim serás tão feliz qto eu desejo para mim...
    Que a vida te sorria e que um dia as tuas notas saiam afinadas e formem a mais bela melodia jamais pre(vista)...
    Como dizia Sebastião da Gama, pelo sonho é que vamos,comovido e mudos, haja ou nao frutos...basta a alegria ao que demos e ao que é o dia-a-dia........
    Partimos... Vamos... Somos...

    Alguém que foi mto teu amigo.Imortalizado o famoso, abracadavra com pé de cabra....

    somewhere near you---from Oporto city;)
    A.S.

    teclado por Anonymous Anónimo, em 06 novembro, 2007  

  • .uma mão no meu cabelo...e a loucura seja ternura . esquecer sereno. e me salve do meu lento veneno.


    1beijo.ao.poeta.de.olhos.como.estrelas

    teclado por Blogger Inês Mendes, em 07 novembro, 2007  

  • há muitas rosas inacabadas...

    e de facto, não nos servimos pra nada.

    mas quem disse que tínhamos que ir além de fazer uns poemas?
    /mesmo uns poemas de merda!?



    .abraÇo

    teclado por Blogger un dress, em 07 novembro, 2007  

  • sempre a escrever o mesmo,sempre.e haverá outro modo de fazer poesia? haverá outra maneira de viver, colado às palavras? outra maneira de viver?

    teclado por Blogger A do Costume, em 12 novembro, 2007  

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