Miolando

21 novembro, 2007

11ª diária


"volto a ser antigo; o som da palma da mão, da pele, a pedra partida, percussão na madeira; tudo deve ter um ínício; a história é posterior embora não pareça; depois se recorda, depois se conta, depois se anota; receava este zero, este vazio; a invenção da morte é igualmente seguinte, não antes; receava chegar-me a nada: adivinho o som hesitante para cá para lá: para cá para lá: a decisão é final, não inicial, a maturidade é conceito recente; quanto tempo acertei a melodia, quanto tempo demorei a ser cortado por ela; quanto tempo demorei a esquecer a minha primeira morte nos teus lábios? quanto tempo levei para ressuscitar? quanto tempo levei a esquecer a minha primeira morte nos teus lábios? quanto tempo demorei a esquecer a minha primeira morte nos teus lábios? quanto tempo demorei a ganhar novo braço nova asa nova cauda novos dedos tocadores novo instrumento ao sopro da boca? quanto tempo demorei a esquecer a minha morte nos teus lábios? volto a ser antigo; para cá para lá para cá para lá, quem me ajuda" eugénio alves da cruz. roma. 21 de novembro de 1575

Só para dizer...

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