a primeira vez que te vi
lembrava ao ver o casaco
apertando o último botão
tirei um pouco de cotão
que se formou
e guardei a bolinha
cinza no bolso
para mais tarde ta oferecer
passa tempo por aqui
(não sei bem se é
declarativa ou imperativa a frase)
e vai-se
desbotando a foto
desbotoando o casaco
Só para dizer...
Porque os filmes nos marcam. Porque já antes os livros nos marcaram. Porque já não há esperas, apesar de se acreditar que se pode acreditar que ainda possam haver.
**
teclado por patricia, em 22 abril, 2008
a primeira coisa que te vi no banco do jardim o anel ainda antes de corrermos desvairados pela praia aos gritos ainda antes de cairmos a cara na areia húmida na noite ou
das noites todas ali antes de repente em cima de nós quase náufragos a alma em farrapos ao vento de tantas ilhas estavam todas as
ilhas da noite ali onde
na praça da república o banco era inverno os cabelos empastados em sal era um inverno às vezes gélido e sempre tanto o frio o quarto eras tu quando chegávamos
sempre as mãos contrictas dos caminhos de tão longe dizias monchique eu dizia serra nada dizias danças e eu a leveza absurda das mãos e depois talvez me sumisse no teu colo lateral ali assim quase
dizias casas amarelo nadar azul livros auster a saltar-nos pelos olhos e disseste que aí nos salvávamos à última da hora
dizias estás sempre a dizer-me
mil beijos patrícia
e até muito breve.
porque SIM! :)
teclado por luci, em 22 abril, 2008
e sim.
continuamos
aqui...:)
teclado por luci, em 22 abril, 2008
E eu que pensava ser a única que guardava bolinhas de borboto...a ternura que sobra num envelope selado. Para ti.
Beijos.Para ti.
teclado por Inês Mendes, em 23 abril, 2008
continuamos aqui luci ;)
com ternura inês :)
beijos!
teclado por patricia, em 23 abril, 2008
que belo cotão de sal de prata de sal de guarda
teclado por joel faria, em 24 abril, 2008
Querida Patrícia: Tenho andado a cismar na bolinha cinza de cotão que saiu do seu bolso.
Há por hábito deitar fora o cotão.
Mas esse cotão do seu bolso não é para deitar fora não.
Enquanto a enrola nos dedos ... vai pensando ... vai pensando...
Um beijinho
teclado por ninguém, em 27 abril, 2008
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