"o tempo de que te falo é este, repara:
a minha cabeça entrar há pouco na minha cabeça e ser uma melodia com toda a água fora, à janela, como uma chuva densa que me force o escondido
(e na sombra outra imagem me mostra, agora, ora repara:
a minha cabeça entrar há pouco na minha cabeça e ser uma sala com os olhos fechados suspensos de pontas de dedos em cordas, sopros e vozes abanando a face abalando a fé, e com os olhos fechados outra imagem se impõe agora, ora atenta:
nova vontade súbita de ajoelhar e ensurdecer"
eugénio alves da cruz, weimar, junho de 1728