Miolando

18 outubro, 2008

luz-flor

luz-flor

.
flor de luz


essa água livre que recolho para lhe dar um único banho
essa que do riso recolho todas as noites,


muitas ânforas se alongam agora esguias
se assinalam assim a meu lado,


ele vem cansado de tanta viagem, de tão longo caminho sem fontes.
a cada dia a água que ri e a água que chora ganha novo perfume, esse fio de aroma,
essa lua bordada na curva dos olhos ele


recolhe ainda um éter de estrelas que mistura na cruz sobre o peito, saliva,
lenta aguarela que acorda a ave, traço a traço, pena a pena, pequenina completa ave
( e ninguém há-de entender porque somos felizes e rimos,

porque atravessamos com mil cuidados riachos onde os pés sobressaltam,
porque cantam as últimas chuvas enigmas de rãs e limos,
porque tudo estava há tanto tempo na mais antiga escrita, tudo, na mais antiga escrita, escrito.


Só para dizer...

Enviar um comentário

<< Voltar ao blog