Miolando

31 julho, 2007

paradoisbéns

parameubem
saí lá de trás

paranossobem
continuamos à frente

das folhas

30 julho, 2007

rodolho

pestanas alongadas
pontinhos de rimel

olhei-te de lado
de esguelha
quando (me?) olhavas

mirei-te

apreciei-te

e apanhei-te

na roda
dos raros dias de sol

24 julho, 2007




.blu.






haver assim sei lá

uma coisa qualquer

um deserto texano uma pradaria

que a carne irrompesse

num súbito azul

da noite da cinza

da prega do pó.








.foto.royalblue.henriettaB.

23 julho, 2007

pena da folha


Cativa
a pena
mas não há tempo!

Cativa
eu
do tempo
que me devora

e demora


17 julho, 2007

Leatherette is imitation

Leatherette is imitation leather, especially one that is made with paper and cloth, or from plastic. Leatherette bound books and cameras are good examples of leatherette. Leatherette clothing of various kinds (including lingeries) also exists.

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LEATHERETTE

Uma falha na origem do amor

chegava
para o provar (ainda não!)


ou era o infinito côncavo dos teus lábios?

dália dias
24.06

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15 julho, 2007

bancos e ramos















Hoje as palavras fugiram-me

quando me sentei no banco
à tua espera

entre tanto tempo passou
os braços da árvore cresceram
espalharam-se por todo o lado

o banco está vazio
eu continuo sentada

e as palavras não me chegam

10 julho, 2007

Improvisar ao ritmo do universo







pé por pé

a plantação da noite
cresce corpo dentro


pé por fé

não sabes quem não és
sob a terra nua


asa? faca? lua?


dizes então


da impermanência da escrita


e eu digo

da impermanência da vida


leve risco lavrado

na água distraída


~~~~~~~~~~~~~~~

breve

sopro de ave

em tarde líquida




/foto.korneliaZ/

09 julho, 2007

além o mar
















Ouviram o canto
ao longe
da sereia
que roda.gira.roda.gira
na torre alta e imponente
que reina à noite
quando mais ninguém tem coragem

sôfregos caminham trôpegos
velhos e cegos
não sabem o caminho

esperam então
pelo cobertor que chega
de noite de vagar
e lhes dá o a.concha.ego da água

talvez esse os tome seus
e os leve como berços
como outr'hora de heróis mitológicos

05 julho, 2007

novelos de luz





a


a


a


a


a


a

a

Não há gota de água nesta tela.

Despiram-me a pele das mãos
para sentir a chuva que não cai
para sentir a tela que não sorve tinta.
Nem um trago.
Trago cada passo e cada laço em gavetas
de uma memória amarela e esfumada:
joelho e coxa e anca e peito
nesse perro jeito de me aguardar
nas coisas do passado.

Não há gota de água nesta cela.

Secura, secura, secura.
Segura-me, que vou cair
no abismo em que não há estacas
para me suster
nesta forma de ser e não ser
Mulher: primitiva noite
estrela esvaída em sangue
caída do céu - ou de algum pulso meu.

Sede. Sede. Sede. Não há gota de água neste medo.

Cedo ou tarde,
caminho para fora deste quadro.
Deslizo para o invisível.
Deslocam-se por mim os meus quadris
arrastam todo o peso da memória
guiam-me na noite sem Norte.
Giro.
Umbigo forte.
Buraco côncavo de suporte.
Liga-me ao centro fecundo.
Trago no ventre uma esperança
mas não há tinta para a fazer nascer.
Não há tinta porque não há água.
E é preciso água...
para uma criança

romper.

once upon a time in my life

pus este cd no pc

tantas abreviaturas para dizer
que cada vez mais é pouco para o menos

abrevio as palavras
para as salvar
no disco

C:

disco riscado
da memória ram.ificada
até hoje
até agora

salvar
guardar
salvar como
guardar como

???

já existe um ficheiro com esse nome
deseja substituí-lo?

???

03 julho, 2007

mata em luz


vi mata
densaverdeopaca

encolhi-me
e rebolei

quando parei
olhei para trás
e vi a luz
do túnel

mãos em concha
gritei

"vem por aquiiiiiiiii"